

Bruce Lee não morreu
Diógenes Moura-curador
A fotografia e a pintura de Alexandre Órion são mesmo um projeto para a filosofia.Nasceu de perguntas íntimas, de provocação que juntam física quântica e tecnologia. Da idéia de tentar, através dessas linguagens, chegar a um terceiro ponto, um terceiro olhar, no caso dele, de um olhar público na real, já que vem da cidade e volta para ela mesma suas tramas pictóricas e fotográficas. Órion é um andante-vagalume que sai das estórias em quadrinhos para narrar outros, as suas, num grafite simbólico que se espalha pelo centro urbano para fazer com que o transeunte encontre seus semelhantes pelo caminho e se reconheça através deles.
Primeiro vem a espera. Depois a pintura. Depois a espera. Só ai que surge o terceiro elemento (homens, mulheres, automóveis, animais) e então a cena completa: a física quântica encontra a tecnologia: a pintura torna-se fotografia. Como não poderia deixar de ser, as imagens de Metabiotica passam como um travelling, como um filme que, ao mesmo tempo, parece tão simples e tão metafísico. São imagens que nunca estiveram longe de nós.Esse é o grande barato da experiência de Órion: ele vai ao lugar certo, cria a cena certa, espera, fotografa e depois vai embora como apenas alguém que passou...É daí que vem essa intimidade com o olhar do outro, o que leva sua fotografia a uma investigação poética apenas possível ao artista que sabe lidar com o acaso das ruas com a mesma naturalidade com que abre a porta de casa para voltar para si mesmo.
Metabiotica é, também, um caminho para desafio como as realidades que se encontram numa fotografia em que um homem almoça ao lado de outro que toma um cafezinho ao lado de um garçom que só existe através da mascara da pintura.Òrion consegue fazer a cena existir. Aí então vem o corte: um segundo depois e nada mais seria como antes é. Sua fotografia é sempre por uma questão de segundo. Se cara sobre a moto não fosse flagrado naquele tempo-espaço, o outro, a pintura na parede, deixaria de existir, a fotografia não existiria-a física quântica deixaria de lado a teologia-, e a metabiotica perderia o alvo, a duplicação, o fenômeno da luz e da visão. É desse mundo de contrastes que vem a fotografia de Òrion. Para fazer parte dele, basta estender a mão ao transeunte que está passando.
É figurativo:
paisagem, gente, flores e objetos.
Produto de mais de 30 anos
de opção vivencial pelas cores/linhas e formas
O conjunto das obras
e os motivos atuais que me alimentam
Existem no fazer místico.
Muitas frases superpostas de temas e técnicas
Negações e afirmações
Que marcam o relacionamento com a criação.
Do conceito de beleza
A experimentação de materiais.
Da presença da arte publica e urbana
Ao canal de auto-expressão.
Do estudo das manifestações estéticas
Ao distanciamento da acadêmica
Tudo isto faz parte do meu vôo
Sobre o cenário pós-moderno que e Brasília,
Interrompida por idas e vindas
às realidades estrangeiras
Que são os desenhos de viagem.
Gente e poesias
firmadas na profissõa de representar o mundo
No livre rastro da humanidade.
Como disse Mário Pedrosa é
“o exercício experimental da liberdade”.

Desenho sobre papel de dimensões variadas técnicas perdidas.
Técnica perdida é a mistura de materiais
Em que o importante é o modo de construção do desenho.
Flores/cores é o pretexto para se falar sobre o que está em volta do vaso.
Galeno
Latomia
Pinturas, esculturas e objetos.
Éartista da cabeça aos sapatos.Galeno constrói o seu caminho na contramão dos modismos e,ou mesmo tempo, atento às experimentações da arte contemporânea.poderia ser um armazém de arte, uma bric-à-brac aleatório de formas e objetos, sem nenhum relação interna.Mas não é.Existe um fio de comunicação,explicito ou implícito, entre as diversas linguagens de sua arte.

Severino Francisco
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