quinta-feira, 17 de agosto de 2006

O Breque de Macalé com Pedro




O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) abriu suas portas para receber o samba de breque, gênero criado pelo genial sambista carioca Moreira da Silva, 1936. O projeto Samba de Breque- Breque e Outras Bossas, idealizado pelo músico Luís Felipe de Lima, pôs frente a frente Jards Macalé, considerado por muitos o herdeiro de Moreira, e Pedro Luís (desta vez sem a presença de sua banda A Parede), uma grata revelação dos anos 90. Os dois se encontraram para brindar a platéia com as pérolas do repertório de Kid Morengueira.
Apesar do horário ingrato (13:00), o espaço estava lotado. As pessoas que foram ao CCBB para este encontro. Com certeza, não se arrependeram do que ouviram. O show teve início com Pedro Luís acompanhado pelo conjunto de Luís Felipe de Lima. Seu evidente nervosismo, aos poucos, foi superado.


Então, ele cantou os sambas do mestre (inclusive o célebre “Jogo Proibido”, matriz do samba de breque) como se este repertório lhe fosse familiar.


Depois de receberem aplausos entusiasmados, Pedro e o conjunto se retiraram. Foram substituídos por Jards Macalé que munido apenas de seu violão desfiou músicas como a impagável “O Rei do Gatilho” e contou aspectos de sua amizade com Moreira. A platéia foi ao delírio com suas histórias engraçadíssimas. As fotos tiradas pelo competente Marco Aurélio capturaram o histrionismo de Macalé, que é uma figuraça por natureza. Imagine então quando atuava ao lado do mestre do breque.


Como tudo que é bom tem o seu final. O show encerrou com o dueto entre Macalé e Pedro. Mas o público pediu bis. Eles voltaram . Novamente foram muito aplaudidos. A platéia,de pé, soube mostrar gratidão aos artistas pelo presente oferecido por eles.
Longa vida ao legado de Moreira da Silva.

Texto:Aroldo José Marinho colaborador

Fotos: Marco Aurélio

Programação

1ª semana 15/08- A arte de Kid morangueira: Jards Macalé e Pedro Luíz

2ª semana 22/08 - Samba- Sincopado-gafieira e Malandragem: Leny Andrade e nei lopes

3ª semana 29/08 - Samba - Choro Lirismo e Crônicas de Costumes: Verônica Ferriani e Moska

4ª semana 5/09 - Breque moderno: Soraya Ravenle e Marcos Sacramento




SCES- trecho 02 - conjunto 22

Brasíla - DF 70200-002
Tel (61 ) 33107087
bb.com.br/cultura


quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Sobre Véus


Daniel Briand apresenta

Sobre Véus
Desenhos pinturas de
Regina Pessoa
Exposição de 15 de agosto de 2006
a 17 de setebro de 2006
SCLN 104 BL. A , LJ. 26
Brasília DF

TEL:(61) 3326 1135

Em arte, é sempre aconselhável distinguir se o que nos causa interesse advém da forma ou da matéria abordada. Ocorre, mais vezes ser a matéria capaz de trazer algo interessante, ou pelo menos curioso, uma vez que o tema seja algo acessível apenas aquele sujeito que a elabora. Por outro lado, em contrapartida, quando o assunto de importância é a forma, já que a matéria e conhecida e acessível a todos, observamos que como é pensado é que traz valor ao esforço de pensar sobre este tema.

O desenho de Regina se vale de Matéria conhecida: ageometria; e de referêcias a pedras e vegetais. Porém, algo me diz que um caminho proprio se delineia. Delicado e feminino, o desenho de Regina sugere uma verdade inerente, pois que se revela atraente aos sentidos, fato que não condiz com a artificialidade.

As transparências, as linhas, revelam uma geometria Orgânica, um tecido composto de realidade superpostas, véus sobre véus que se impoem de um jeito tão delicado que faz do assunto algo rico em complexidade.

A forma aqui parece apontar para aquilo que é mais raro: fala da realidade que nos cerca sob uma nova perspectiva.
Sempre que nos deparamos com uma nova natureza do real e do cotidiano, somos levados a rever a nossa idéia da realidade, o que nos suscita a uma reflexão. Pitura è cosa mentale, já disse o Leonardo.

Sérgio Lucena
São Paulo, 21 de julho de2006








Regina Pessoa